peregrinos
Peregrinos
Caminhamos...
Por uma estrada tortuosa,
Quanto mais caminhamos
Mais distante estaremos,
De nós...
Ensinam que a vida é uma reta,
Balela,
Surpresas mudam o rumo
A cada passo...
Caminhamos...
A passos largos à frente,
A frente pode ser um abismo,
Mas é à frente!
Não há retorno neste caminho
Forrado de pedras e cinzas,
Há atalhos e entalhos...
Com choro ou riso
O real é preciso!
Caminhemos...
A torto e direito encilhemos
Nossas mulas de encargo
Para ir adiante,
Morro acima, morro abaixo,
Planas planuras vesgas...
Apenas caminhos retos
Por linhas tortas...
Tudo que comparamos
Para cumprir etapas
Vêm de longes expectados
Por pessoas que não nos sabem,
Por motivos que não nos ferem,
Por estranhos que entrelaçam
Nossos haveres e deveres
Aos de desconhecidos
Folgados de assim serem...
Caminhamos...
E o caminho torna-se pesado
Ao passo de idades vindas
À frente de nossos sonhos
E nossas capacidades
De marchar... marchar...
Sem a visão do amanhã
À vista de hoje.
Caminhamos...
E a lágrima que nos fere
Não tem motivos reais,
Apenas sonhados caminhos
Perpetuamente vigiados
E ferozmente evoluídos
Entre trapos e retalhos
De uma vida sem motivos
De preparos...
sergiodonadio