A Morte de um Deus Qualquer(Em Novos Cantos em Mares Absolutos, página 1) (Poema 37)
1. A Morte de Um Deus Qualquer
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Nesta morte inócua e pérfida um deus qualquer
Aspirará ter um novo trono, não daremos a ele
Senão o mais terno esquecimento, não daremos
A ele nenhuma glória que um deus deseja.
Ele se moverá pelas estrelas perdido e confuso,
Seus altares serão meras sombras de lembranças
Que um deus ainda pode ter, nele todas as oferendas
Serão de puro abstrair e novas gotas de solidão farão
Parte daquela vida que ele agora terá, clamem aos
Céus que um deus qualquer morreu e jamais retornará
Ao Novo Mundo, seus ossos nós faremos uma montanha
Onde queimaremos incenso apenas a nós mesmos.
Nesta morte cruenta, eu cantarei louvores todas
As noites e jamais serei presa da melancolia por
Ver este deus quebrado, morto e sem vida.