LUA OU O ENCONTRO - 11 - quotidiano - espirro

LUA, Mário, o poeta, reincide (p. 63, do poema "Espirro", pp. 61-64):

"... pensar é apenas uma forma de suicídio,

pensar é o suicídio, pensar é a derrota ..."

Não, não tem razão, quero crer que não tem razão.

LUA, pensa e pensa bem, sempre e sem medo:

razão e coração fazem-nos humanos, a medida

de todas as cousas ... e ações, o amor, o carinho,

sentimentos distintos e complementares,

fazem com que os humanos, apesar de tudo,

progredissem ... chegássemos à situação presente,

feliz e infeliz, engraçada e desgraçada ...

Repitamos com Mário: "... eu prefiro a terra e o aroma

da erva, e o som da água, e o sabor do vinho, e a necessidade

de deixar de espirrar, de esquecer a poeira ..." (p. 63)

Há também outros espaços e aromas e fontes de prazer,

LUA! Tu podes, múltipla, fruir e gozar: a leitura,

mas não só, ... a cultura ... transmitida por Camões

e por Dante e por Shakespeare e por Cervantes

(descendente de galegos, sem dúvida). Ditosa tu, LUA,

que vais poder percorrer por todos esses campos

de alegrias e tristezas, de passados perdidos e futuros

ainda não achados, mas ... quem sabe? Serás tu e os teus

colegas de geração, com alguns outros talvez, a recriardes

o Mundo humano e mesmo o não humano, esse que hoje,

2022, bélico e belicista por imposição de desumanos,

desgovernantes, ameaça com nos destruir em prazo breve ...