ANJO AZUL

Ah! meu anjo azul

onde estás que já não te vejo

e por que não me guardas mais?

Ah! meu anjo azul

em que encruzilhada nos separamos

em que esquina me perdestes

e qual foi a outra casa em que tu entrastes?

Ah! meu anjo azul

quem me cuidará dos meus tantos pecados?

Quem me agasalhará dos frios das noites?

Quem me protegerá do mal dos homens?

E quem me conduzirá ao pai que um dia

lá atrás também a mim deixou?

Ah! meu anjo azul

se algum dia houveres de retornar

procuras no escaninho mais íntimo

desta minha deslembrada alma

a carta que te escrevi em pingos

para que no dia em que eu desexistir

tomares conta para todo o sempre

do meu desamparado e solitário menino

Joaquim Cesário de Mello
Enviado por Joaquim Cesário de Mello em 01/04/2022
Reeditado em 01/04/2022
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