A paz, o infinito e Deus.

 

 

Nascido na cidade grande, assim cresceu, envolvido

Na casa, escola, trabalho, seus dias eram absorvidos.

Morava em um edifício, imponente, majestoso.

De lá, tudo se via. Viver assim, que gostoso!

 

Se via do alto, a cidade. Casas e prédios... um mundo!

Carros, motos barulho... e as montanhas, ao fundo...

O céu sempre negro, encoberto, não lhe chamava a atenção,

Mesmo nos dias mais claros, só se via a poluição.

 

Nos fins de tarde a lua, tímida aparecia.

E o tal “clarão” dito em versos, dali quase não se via.

Uma ou outra estrela vinha o céu enfeitar,

Mas as luzes da cidade é o que se via brilhar...

 

O tempo passou e um dia, olhando para o horizonte,

Quis ir até as montanhas, que só conhecia de longe.

E foi, mochila nas costas, seu sonho realizar,

Partiu de manhã, bem cedinho, para os montes encontrar.

 

Ficou fascinado com as matas, viu nascentes a brotar!

Ninhos de passarinhos eram muitos, no lugar.

O tempo passou, sem aviso e a noite se fez chegar.

Não tendo como voltar, ali resolveu ficar.

 

Olhava ao longe a cidade e muito pouco se via,

Um negro véu a encobria e quase tudo, escondia.

Olhou então para a mata, do lado oposto à cidade,

E viu a lua a brilhar, era linda de verdade!

 

Assustou-se ao ver o céu, forradinho de estrelas,

Passou a noite acordado, admirado por vê-las.

A beleza do universo, finalmente conheceu...

E pode enfim compreender, a paz, o infinito e Deus!