DA CRUELDADE FUGAZ DA VIDA

Há tempos se tenta entender

A razão da existência do ser

Racional, dinâmico e rude

Fugaz porque só quer ter.

Ser que no íntimo deseja

A eternidade vagar e abundante

Consumindo tudo aquilo que

Faz mais curta e breve existência

Que apesar de tudo é deslumbrante

Invadindo o núcleo da consciência

Levando a vontade e o desejo sem

Atentar para a fatal conclusão

Envolvendo o íntimo e o derredor

De vida e morte em convulsão.

Direito de vida em graça terna

Sem reconhecimento do ser finito

Que vaga, que gira e sempre vai

Na busca daquilo que lhe interessa

Em procura e agonia que lhe faz aflito

Sem perceber que por trás de tudo

Está a razão que a tudo permite,

Princípio perfeito onde tudo começa.

O ser rude no fim da existência tenta

Mudar o rumo da seta veloz que

Chega de forma cruel impreterível

Enquanto a vontade de viver aumenta

Diante dos olhos sem cessar lastima.