O MUNDO COMO ASSOMBRO
É preciso despir-se do mundo
para saber o mundo.
Pois o mundo não é aquilo que nos ensinaram
a ver, sentir, e dizer, na prisão da ordem e do sentido.
O mundo é qualquer outra coisa
que assusta, que nos devora e consome, que nos rasga, dia após dia.
O mundo é algo que pulsa,
que foge, que nos supera,
que não tem razão, que não sossega.
O mundo é o que nos coloca em constante perigo.
O mundo é assombro.
O mundo é o que nos faz transpirar.