PEDIDO DE PAZ
As taças de tantos brindes
Martini com cereja, salut
A chaleira de porcelana florida
Bules de chá e o decanter
Preparado
Balde de gelo
Xícaras floridas
Tudo guardado em uma espécie de cristaleira da memória
Garrafa jogada ao mar
Com mensagens eternas
Sinete polonês
Em pedido de paz
Professora, diga aí
Escreva em sua lousa
Atenda a sabedoria
Implorada pela coruja
Seu símbolo
Façamos o chá das cinco
Da noite
Da madrugada
Do raiar do dia
Aurora minha
Pôr do sol
Lua infinitamente passeadeira
Faça espocar o champanhe
De vivas à paz
Os anjos do castiçal dirão amém
E nós acenderemos incensos
E velas de agradecimento
Por tudo que somos
E que ultrapassamos
Assim
Será selada a universalidade
Do doce guardado
Em bombonieres
De cristal
Elas não podem quedarem-se vazias,
Afinal.
Dalva Molina Mansano
27.03.22