Aos que abortam sorrisos

Aos que abortam sorrisos

Que implantam e oportunizam desencantos

Que semeiam feiúras

Que norteiam bizarrices bélicas por todos os os lugares e cantos do mundo

Os náufragos da soberba e da usura

Da ganância e da miséria de não ser quem realmente são

Porque dormem como inquilinos do seu próprio ter

E intranquilos fingem que dormem sobre os travesseiros da insconsciencia que apalpa os amanhãs com os alicerces do poder ganhar sem nada perder

E tudo perde

Por isso nada sentem

Nada pensam

Da vida nada sabem

Negam afetos, sorrisos e se perdem por entre a podridão

Dos seus caminhos sujos, imundos, lamacentos

Onde a demência fez seu trono

A imbecilidade fez seu templo

A burrice criou raízes que não nutrem belezas

Só tem asas que não fazem vôos de Bonitezas

Sobrevivem das feiúras,

Se nutrem das suas mazelas

De serem como espantalhos de si mesmos

Vivem os medos

do agora

Sem nunca sentir saudade

de ter vivido

um momento se quer

- em que explodam os verbos com as cores e os cheiros de poesia

Então,

Áridos,

Secos,

Estéreis,

Volúveis

Prostitutos, vendedores de suas almas

aos demônios do lucro, dos acúmulos sem sabor da vida

Infelizmente, morrerão tendo tudo que quiseram

E tendo nada da Boniteza de existir

(raicarvalho)

27032022

manhã

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 27/03/2022
Reeditado em 29/03/2022
Código do texto: T7481861
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