TANQUES

E será de fato a vida, esse flanco

vazio que abastecemos de pranto,

de riso, e nunca sabemos o quanto

é preciso para encher o seu tanque?

O ocre das dezessete e quinze, emana

a mesma cena que sempre me espanta:

esta silenciosa e lenta e veloz mudança,

quando a luz vai e leva junto a esperança.

Tenho de pôr fim nisso e ninguém me reclama.

Nem o acetileno a três mil graus da sua chama.