Poesia on-line para o dia 21-11-207 por Tétita
Quando se recorda encontram-se tesouros...
Alda Lara, poetisa angolana com testamento...
Testamento
À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...
Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora...
Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...
Alda Lara
Resposta:
A minha doação
Nada tenho de valor.
Digo-o, de bens materiais.
Mas, se me quiserem prestar louvor.
Deixo-vos então os meus ais.
Foram sinceros, pungentes.
Juntei-os às lágrimas que corriam.
Da minha face marcada.
Das feridas da minha vida.
Deixo-vos amor e lealdade
Que foi o que fiz na vida
Essa doação está garantida.
E nos poemas que escreverei
se os quiserem receber.
Terão que os ler, convém.
Levarei apenas comigo
O retrato de minha mãe
Se chegar ao paraíso?
Mostro-o, e por ela perguntarei.
Para todos, ficarão
os valores morais, que ela deixou.
Ah! O meu menino Jesus!
Esse irá comigo.
Para abrir caminho .
À minha alma no além.
De tta.
21-11.07
19:49
Quando se recorda encontram-se tesouros...
Alda Lara, poetisa angolana com testamento...
Testamento
À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...
Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora...
Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...
Alda Lara
Resposta:
A minha doação
Nada tenho de valor.
Digo-o, de bens materiais.
Mas, se me quiserem prestar louvor.
Deixo-vos então os meus ais.
Foram sinceros, pungentes.
Juntei-os às lágrimas que corriam.
Da minha face marcada.
Das feridas da minha vida.
Deixo-vos amor e lealdade
Que foi o que fiz na vida
Essa doação está garantida.
E nos poemas que escreverei
se os quiserem receber.
Terão que os ler, convém.
Levarei apenas comigo
O retrato de minha mãe
Se chegar ao paraíso?
Mostro-o, e por ela perguntarei.
Para todos, ficarão
os valores morais, que ela deixou.
Ah! O meu menino Jesus!
Esse irá comigo.
Para abrir caminho .
À minha alma no além.
De tta.
21-11.07
19:49