Aura

Meu nome é dito pelo vento,

Escrito nas areias do deserto,

Rumo ao esquecimento .

Francisco, João ou Bento?

Há quem me chame de senhor,

Cabelos brancos,

Rugas ao relento.

Me chamam de desejos,

Outros de sacramento,

Sou filho da terra,

Sou barro,

Sou ornamento.

Colhi os frutos da memória,

Me serviram de alimento,

Mas é uma longa história,

Verídica,

Sem argumento.

Voltando ao nome,

Me chame como quiser,

A brisa me alerta,

E apareço deseja,

E quando quer.

Sou história não contada,

Esquecida pelo tempo,

Sou o tudo,

E o nada,

Sou a voz,

Que hoje enfrento.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 22/03/2022
Código do texto: T7478066
Classificação de conteúdo: seguro