CESTA CHEIA

De segunda a sexta

encho minha cesta

de dilemas,

depois da rima

como pingos nos is,

restam dilemas também

para o sábado e domingo.

A fé,

os mitos,

as divindades,

lindamente empacotados,

amarrados com a fitinha

da irracionalidade

disfarçadas de preces.

O sucesso

do Metaverso

ao criar monstrinhos

sugadores de cérebros,

todos querem um de estimação.

O êxtase da verdade

brochando pelo tesão

da mentira.

Os mantras das matanças

trazidas de herança

das cavernas,

dos ossos aos cogumelos,

o sonho de repetir Hiroshima.

Nos preâmbulos,

a nova ordem geopolítica,

nos escombros,

hordas de miseráveis,

como lixo descartáveis

prontos para o abate.

A cesta

já encheu.