O Retorno do Beija-Flor
Quando voltava pra casa
Um temporal se formou
O vento e a chuva forte
Desviando o seu norte
Em uma parede o jogou
Deslizou cambaleando
Algumas penas foi deixando
Não sabia onde estava
Era o mundo desabando
Na janela semi aberta
Sua asa enroscou
O vento que soprava forte
Para o lado de dentro o jogou
Era um galpão de fábrica
Paredes altas, barulho e calor
Sentia a morte de perto
Jamais veria uma flor
Ferido e todo molhado
Em um cantinho se escondeu
As penas foram secando
Logo o dia amanheceu
Perdeu a noção de tudo
Onde stava não sabia
Barulho e luzes acesas
Assustado ele tremia
Não havia mais esperança
Quando uma porta bateu
Abriu-se escancarada ao tempo
E o convite foi todo seu
Era um lindo dia de sol
O céu azul um convite fazia
Num impulso bateu as asas
Era tudo o que queria
Sobrevoando sobre as matas
Logo encontra uma flor
Num instante suga seu néctar
Recupera seu vigor
Sai para o mundo a deriva
O grande susto já passou
Agora vive feliz
Em seu mundo que sempre sonhou...