Uma chuva, um pensar, um viver.
Suavemente gotas cristalinas caem da beira.
Num dócil orquestrar molham a minha solidão.
São sons de vivos tilintares que molham a eira.
Cheia dos grãos do meu sentir quão, tão e vão.
Qual lágrimas que correm pelo rosto envelhecido,
Regando os vales plicados, pela vida tida e ida.
As cristalinas gota molham o chão do tempo ido.
E no presente vivido refaz o ciclo da nova vida.
Ah! Mundo tão líquido que a alma molha na feição.
De uma ciclicidade que na idade molda o sentir.
Em humorais líquidos que rega ao vivo coração.
Que se mostra na chuva que cai, só por cair....
(Molivars).