SOL BRASILEIRO
O sol ardia com força
Fora dos nossos olhares,
Onde a liberdade respira,
Entre o fogo dos incêndios
Das nossas chamas internas.
Muda-se quase tudo:
Começa com o objeto,
Continua o mesmo intuito,
E no final, vem a bandeira
Hasteada no lamaçal moralista.
Cante o hino nacional,
Seja patriota, seja mentira,
Dessas que cravam na pele
E arranca o sangue e a carne
Iguais a animais no abatedouro
Prontos para morrerem.
Retorno-me a mim novamente
Depois de divagar seriamente
Sobre o lábaro indecente da luz,
Acima de todo aquele mar profundo,
Profanado pelas forças imorais
As quais, ironicamente, são moralistas.