Verso distante

O meu verso está distante,

Rude, vil, deselegante,

Já nem sei como escrever.

O meu verso está calante,

Muito embora, bem minguante,

Mas não deixo de me ler

O meu verso está distante,

Muito lúgubre, farfante,

Me faz tristonho, infeliz.

É um verso não galante,

Muito errôneo, muito errante,

Um amor de meretriz.

O meu verso está distante,

Ora anão, ora gigante,

Só me deixa a cicatriz.

Me machuca, me condena,

Me embriaga, me envenena,

Me arredia e não condiz.

O meu verso está distante,

Vitorioso infante,

Ele nunca percebeu;

Que vivemos de alegria,

Que a mãe dele, é a poesia,

Que o pai dele, sou eu.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 19/03/2022
Reeditado em 19/03/2022
Código do texto: T7476088
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