ESPARADRAPOS

Desnaturar o vôo d’uma ave,

ou adulterar o furor da onda,

assemelha uma peça redonda

que perde sua circunferência.

Remendar alvo pensamento,

límpido em tempos remotos,

hoje repleto de esparadrapo,

deformado no esquecimento.

Deletéria mente remendada,

vexames e dores escondidas,

borrões, nódoas imerecidas,

mancham nossas vergonhas.

Inda coberta de vão disfarce,

na modernidade cor da pele,

a alma opressa por mil vezes

teria oferecido sua outra face.

JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS
Enviado por JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS em 18/03/2022
Reeditado em 28/07/2022
Código do texto: T7475581
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