MENOS TUA
Hoje estou assim.
Despertei assim.
Dona de mim.
Dos meus caminhos, descaminhos, desvarios e desatinos.
Mesmo assim...
mais essência de mim,
menos escrava do teu eu.
Porque estou cansada,
cansada demais para te pertencer o tempo todo, até gozar, ou até doer!
Dei-me espaços
Constelações inteiras
Permiti-me relapsos
E colapsos, e espasmos
Minhas inexatidões
E Minhas verdades
Meus fragmentos
E minhas taças de cristal remendados
Meus contratempos,
Meus adventos,
Minhas loucuras
E minhas pretensas sanidades.
...
Ainda te quero,
e te amo,
e te beijo,
e te desejo em mim.
...Palavras encontradas em poemas de noitadas, em xícaras de café amargo, falando de saudade e de todo esse alarde que brota dentro do ser!
Mesmo assim, pasmem,
estou mais reinícios
que medos do fim.
Porque se voltares, cá estarei de braços e versos abertos!
Recebo-te e celebro-te.
Aqueço-te o corpo e alegro-te a alma.
Mas se enfim, preterir-me, escolhendo o mundo e as coisas que no mundo há,
desta vez, meu bem não vou penar e nem chorar!
Porquê hoje despertei em mim a vontade de ser menos tua
Só um pouquinho eu.
Quem sabe assim, faça as pazes com meu reflexo no espelho do banheiro?
E fitando-me nos olhos
possa enxergar- me com certa lucidez que busco, e que ainda não encontrei.
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