SEM TETO
Quero ir para casa.
Mas a casa não existe mais.
Não há mais qualquer lugar
que me esconda do mundo,
onde a vida seja minha,
e o tempo me abrigue.
Não há mais casa.
Não tenho onde guardar memórias,
acumular a existência,
ou esquecer o trabalho.
Não tenho um canto
contra a cidade,
paredes que me abracem.
Ninguém me espera
para o jantar.