ENTRELINHAS.
Você é este ser inquieto ,
que despreza sempre o outro,
Disso eu não tenho dúvida,
Já sofri do seu açoite.
Você é tala de couro
leva a vida a laminar,
Feri profundo o dorso,
empurra a alma a lamaçal.
Você é resto do nada,
na plataforma do amor,
seus olhos são dois faróis,
é fria máquina de terror.
Você é uma máquina
que derruba tradições,
Tua pele corta fundo
Como bala de canhão.
Você é um cotonete,
que destrava a audição,
quanto mais limpa a cera,
Mais suja o coração.
Você é como uma poeira,
perdida num estradão
que o vento passa e leva,
Para outras dimensões.
Mas no todo não é ruim,
é um prato predileto,
que sacia sempre a fome,
dos que ti faz de objeto.
Você é ímpar no jogo do amor,
Faz arder a fria carne,
nas chamas de forte ardor,
enquanto se senti a única
não vê que o tempo passou.