Se a Vida...
Se a Vida é mesmo breve
e dela nada esperar se deve,
Por quê há quem se atreve
cantar para que a alma enleve?
Se ela é um atmo, de fato,
um instante sublime, um hiato
Por quê há quem de imediato
Mostra-se por ela feliz e grato
Dizem que é só amargura, uns
Angústia e aflições, outros tantos
Que é dura e cruel, muitos mais
E ainda assim, para alguns,
possui prazeres e encantos
ignorados por meros mortais
Para o pobre e infeliz prisioneiro,
mais um dia de amarga sentença,
Vivendo em sonhos a Liberdade;
Para o doce beijo, final, derradeiro
a promessa de saudade imensa
Até o final da Eternidade.
Certo é para mim, portanto
que dela nada jamais saberei
Vivo, pois entre o prazer e o pranto
Do teu amor, que nunca terei