Fresta na Janela
Estava tudo escuro, não havia nada além
Do som da minha respiração,
E da batida possante do meu coração.
Eu entrei no breu quase absoluto,
Achando-me suficientemente capaz de suportar
Tamanha escuridão,
Aquela que entrei sem nenhuma
Razão ou explicação.
Eu havia fechado a porta, alegando que o local Lúgubre que entrei sempre me pertenceu,
Então eu o apelidei de, "meu eu".
No momento em que eu já estava quase me Acomodando ao léu,
Avistei uma fresta na janela,
Dando espaço para uma pequena luz,
E foi naquele momento que você me refletiu - eu sei Que você também sentiu.
Naquele instante, eu avistei uma fresta na janela,
Era você se fantasiando dela.
Após ver o deslumbre da luz, senti que
A escuridão já não me caia mais tão bem,
Eu precisava ir além.
Naquele instante, eu avistei uma fresta na janela,
Era você se fantasiando dela.
Eu sei exatamente quem era, porque nenhuma luz Havia me refletido de tal forma no passar das eras.
Anos acreditando que a escuridão era confortável, Até vir você e me fazer acreditar que
A sua claridade é imutável.
Tempos e tempos me julgando ser merecedora da obscuridade que eu mesma instalei, até vir você e
Me fazer perceber que, na verdade,
Existe uma claridade que eu sempre almejei.
Era você fantasiado dela, que me fez correr
Para abrir todas as janelas.
Deixei a luminosidade entrar, porque
Vi que precisava dela.
Naquele instante, avistei a luz
Entrando pelas portas e janelas
E quis para sempre fazer parte dela.