DESCAMINHO
Sinto taquicardias e balanço as pernas.
Saio em casa e tenho um ficar inquieto.
Não vivo outra vida e nem finjo que rezo
à verborragia da vez no mar da internet.
Acerto o descaminho e não visto rédeas,
exceto as da boca — e não as do cérebro.
Convivo com abafamentos, azias e febres
que esquentam tudo — da aura até a testa.
Enxergo vultos e ouço sons sem decibéis,
admito que trabalho apenas nesta guerra
declarada entre o teclado, a tela e o verso,
mil batalhas das minhas derrotas eternas.
O poema transita numa dimensão etérea.
Está, mas não está… É veloz e tem pressa.
E — finalmente — é só o que me interessa.