HÁ TEMPOS
Há um tempo a que não pertenço.
Talvez broto de brotos,
Terreno cheio de sementes
E solo fértil, úmido,
Mas não pertenço.
Há um tempo não pertenço
A esse vento em forma de cheiro,
Aroma de uma sensação
Às vezes escusa,
Meio sem jeito.
Há tempo não pertenço
Aos jogos de arfar
Por entre pêssegos e maçãs,
Sumos e sabores
Espalhados pelos quintais.
Ah, ao tempo pertence
A sementes úmidas e frescas,
A ventos carregados de perfumes,
A frutas com cores e gostos
Há tempos...