As ruas de São Paulo
As ruas de São Paulo
Estão cobertas de dejetos
Impurezas inúteis
Descartes do capital
Às vezes sós
Quase sempre juntos
Magotes humanos
Na oleosa desgraça
Ruminando sem parar
O nada de suas vidas
Viver hoje
Morrer amanhã
Sobra difusa
Entre os carros
E suas pressas de aço
O vento bate
A chuva lava
Mas não levam
Os que sobraram
Miseráveis sem vez
Na acumulação
Permanente do capital