TOADAS

A toada veio mansa, receosa, pisando cautelosa.

se embrenhou nas frestas que via e

nas que não via também.

Era toada de raça, bruta, abrupta, engrandecida.

cheia dos quereres, dos desejares, dos agregares.

No seu bojo carregava pétalas dos que foram e dos que vão.

Carregava também réstias de caminhos andados,

de versos esculpidos, de mãos abrigadas.

Nessa toada acolhi meus ventos, meus rastros, minha fé.

Fui fundo sem medo, acreditando e creditando

no que meu coração cerzia, e dizia.

Deu tudo certo e deixei-me encharcar pelos

suores misturados de todos mundos desse mundo.

Então segui caminhos adiante atoado e abençoado

pelas fronhas encantadas desse delicioso querer-tão-bem.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 10/03/2022
Reeditado em 10/03/2022
Código do texto: T7469574
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