TOADAS
A toada veio mansa, receosa, pisando cautelosa.
se embrenhou nas frestas que via e
nas que não via também.
Era toada de raça, bruta, abrupta, engrandecida.
cheia dos quereres, dos desejares, dos agregares.
No seu bojo carregava pétalas dos que foram e dos que vão.
Carregava também réstias de caminhos andados,
de versos esculpidos, de mãos abrigadas.
Nessa toada acolhi meus ventos, meus rastros, minha fé.
Fui fundo sem medo, acreditando e creditando
no que meu coração cerzia, e dizia.
Deu tudo certo e deixei-me encharcar pelos
suores misturados de todos mundos desse mundo.
Então segui caminhos adiante atoado e abençoado
pelas fronhas encantadas desse delicioso querer-tão-bem.