NADA QUERO
Não quero nada que me faça lembrar
Aquele amor que só me fez sofrer.
Não quero mais pra este álbum olhar
Pois nele todo só vejo você!
Nestas fotos você estão tão sorridente
Olhando serenamente para mim
Parece dizer-me: “Serei tua sempre;
Por ti o meu amor jamais terá fim!”
Não quero mais este par de luvas
Que contactaram com as tuas mãos…
Não obstante até em sonhos você me usa,
Mas quando acordo tudo é desilusão.
Não quero mais este cartão-postal –
O mais belo da minha pátria querida –
Pois ele retrata aquele manguezal
Onde me juraste amor por toda a vida!
Ó meu amor, para te esquecer
Esqueço álbum, ignoro luvas
E a paisagem do cartão-postal
Com uma lágrima a deixo turva.
Mas não consigo, ó minha Amada,
E toda a minha tentativa tem sido em vão
Para esquecer-te era preciso, ó fada,
Que me arrancassem do peito o coração.
Não quero mais esta vida.
Eu tenho, meu amor, que te esquecer!
Dá-me um alívio, ó minha querida,
Deixa-me em doce paz viver… e morrer…
Por que tens-me preso o coração?
Por que hei de eu te amar?
Saiba! É meu desejo acabar de vez com essa aflição
Quero que nada em mim te faça recordar!
Salvaterra, Pará, Brasil, 16 de fevereiro de 2010.
Composto por Leonel Vincenzo de Florença
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