Bolero da meia noite
Me dê vinho porque a saudade no peito eu já tenho!
Oh saudade alucinógena que dança pela minha sala
Enquanto eu desenho a face do meu anjo amado
A minha flor andrógina
Mais belo que Afrodite
A lua é muito pequenina...
Estou embriagada rodando e dançando um bolero pela madrugada
Na esperança e na ânsia de me perder nos seus braços
E não me achar nunca mais,
Minhas mãos cheiram desodorante
As pernas fazem trança ritmada
E eu bambeio numa nota só
Chega a me dar dó
Porque eu depositei tudo e me doei
Podem dizer o que quiser
Eu só pensei em amar e não olhei pra trás,
Oh como anseio pela chegada da noite
Pela chegada do meu querido e amado
Oh quanta tristeza quando não vens
E eu me acabo bailando no chão da sala enquanto meus lábios pronunciam o seu nome
Tenho e sede e tenho fome
De todo o meu Ser
Tenho na palma das minhas mãos e dos meus pés
A paixão que me devota e a melancolia que me devora...
Sinceramente eu só sei ser poeta
E é tudo o que eu sou
Eu só aprendi a amar e declamar
Já me basta na vida!
Agora chamem o meu amado
Que eu preciso viver o que eu escrevo
Ou tudo isso não passará de palavras
Bijuterias que não valem a cabeça de uma formiga...
Eu só preciso dançar mais umas duas doses dessa noite
Valha-me Deus tão bela essas noites da minha vida!