Areias
Meus passos na fria areia, pés descalços, já doídos
Herança de dias tristes, amargurados, sofridos...
Não ficarão minhas marcas, que o tempo possa mostrar,
Porque cada passo marcado, as ondas vem apagar.
Marcas que se diluem, assim como os sonhos meus,
Marcas que se apagam, assim como os beijos seus.
Sentidos de um momento. Restaram só cicatrizes,
De tudo que junto plantamos. Sequer sobraram raízes.
Quantos momentos que a vida, desenha em nossa memória,
Quantos retratos pintados, que formarão uma história.
Pegadas, na areia fina, lágrimas a rolar...
Que irão correr pela face e se juntarem ao mar.
Com elas, rolam as dores, morrem as ilusões.
Com elas se afogam desejos, se deterioram razões.
Gotas de água salgada, partes de um oceano,
Final de um espetáculo... Cerram-se agora, os panos.