TESOUROS OCULTOS

Bem lá dentro de mim,

no mais recôndito confim,

há riquezas escondidas,

quem sabe, de outras vidas.

Sonhos sonhados em vão

amores adormecidos ou não;

leitos perfumados onde amei,

lugares escondidos por onde andei.

Há rostos e sombras e gestos

em saudade compostos, restos...

Palavras ditas ou escritas em versos,

poemas submersos...

No fundo do meu ser,

tudo está por acontecer,

outra vez. Minh’alma vaga mundos

e encobre tesouros profundos:

talvez dádivas sobrenaturais,

concedidas por míticos ancestrais.

A ninguém ouso deixá-los,

por concessão ou testamento.

Sob pena de perdição

ou de ser abstento,

prefiro enterrá-los

sob juramento.

(para o tópico Poesia on-line, em 21/11/07)