ETERNO AMOR
Brota qual botão... Raia flor fermosa
Íon celeste... Doira nebulosa
Alvor d'alma... Sol ao luar tolher
Nascente fonte... Molda o mar pujante
Cristal de areia... Límpido diamante
Abrolha a menina... Faz-se mulher
Machuca o peito quando o broto enflora
Extingue em mim crepúsculo d'aurora
Nasce, porém, insólita jornada
Incerto vácuo da eternidade
Nos espirais, escalas liberdade
Amar sem ter-te ao colo agasalhada
Mostrou-se ao mundo em rama florente
Um anjo de brandura, aura luzente
Loura grinalda que matiza a flor
Hera infante, co’alma indulgente
Esmero em coração, divina mente
Rosa frondosa, regada de amor
Em vossas mãos gentil, sublime fado
Tornar sereno, o pranto velado
Etéreo dom que de Galeno extrai
Regracio a corte, onipotente
No âmago, mulher tão iminente
Outrora a menininha do papai
Alto ecoa, ao versar meu pensamento
Mundos cursamos, como folha ao vento
Outras mais virão, rogo ao criador
Refúgio alento, meu infindo amor.
Edson Depieri
www.edsondepieri.com.br