QUASE TUDO.

E do grande amor

Que em soberano poder

Subtrai-me a razão,

Quando da demora

Ou do esquecimento,

Multiplica-me em "nadas";

Quando ainda muito.

E nesse "muito" do pouco

Ou quase nada

Do que me resta,

Apagam-se as palavras...

Liquefeitas em sentidos.

E retornam ao meu mundo

Onde o nada é quase tudo.

Onde o Sol é poeira brilhante

E o vazio tem peso constante.

Paradoxal à matéria e às medidas,

Multiplicamo-nos quando UM,

Na grandeza desse sentimento.

E ao nada, nos atiramos,

Somando o tudo que há em nós.

Elenice Bastos.