Otário

Eu te esperei,

por uma semana,

por um mês,

por uma vida inteira,

Feito um otário,

na fila do pão,

relendo cartas

escritas à mão

rabiscando os poemas,

que escrevi,

pra não sentir

aquela sensação

que pensei

poder viver.

Mas hoje,

não me preocupo mais

com os riscos no calendário

e com os risos que me davas

ao telefone.

Hoje, talvez ainda

sussurre o teu nome,

pensando nas tuas curvas

e na boca

que tanto quis beijar.

Hoje eu ainda grito

para ninguém escutar,

Que te espero,

e que esperei,

enquanto você dormia,

enquanto você fodia,

do outro lado da cidade;

Te esperei

quando você me dizia,

que me quer,

que me queria.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 07/03/2022
Código do texto: T7467092
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