Otário
Eu te esperei,
por uma semana,
por um mês,
por uma vida inteira,
Feito um otário,
na fila do pão,
relendo cartas
escritas à mão
rabiscando os poemas,
que escrevi,
pra não sentir
aquela sensação
que pensei
poder viver.
Mas hoje,
não me preocupo mais
com os riscos no calendário
e com os risos que me davas
ao telefone.
Hoje, talvez ainda
sussurre o teu nome,
pensando nas tuas curvas
e na boca
que tanto quis beijar.
Hoje eu ainda grito
para ninguém escutar,
Que te espero,
e que esperei,
enquanto você dormia,
enquanto você fodia,
do outro lado da cidade;
Te esperei
quando você me dizia,
que me quer,
que me queria.