EU FIZ O MEU CAMINHO
Olho dentro de mim
e bato os olhos
no tomo que está mesmo ao centro.
Começo a folhear o livro
e a primeira página
chama logo a minha atenção.
Que vida, tantas histórias ...
Da criança tímida
à mulher de mente aberta
vai um longo e árduo caminho.
Eu fiz um bom trabalho ...
Eu fiz o meu caminho.
Abri caminho por entre silvas,
tojos, sarças e pedregulhos.
Nada me demoveu de seguir em frente.
Quanto mais sangue escorria
da pele rasgada,
mais férrea a vontade de continuar.
Á medida que evoluia nas dificuldades,
maior a força e a destreza
no corpo e no espirito.
São as agruras
que nos moldam para a vida.
Se o sofrimento
me tornou um bom ser humano,
eu não vou fazer aos outros
o que fizeram comigo.
Aprendi a ser empata, atenta, perpiscaz.
Muitas das situações que vivi
foram um abre olhos.
Não faço mal aos outros,
mas também não vou deixar
que façam mal a mim.
Aprendi a amar-me.
Eu sou importante para mim,
defender-me-ei de todos os ataques
com unhas e dentes.
Farei o mesmo com os outros.
Injustiça e má fé
fazem-me virar onça.
Todos devem fazer o mesmo.
Somos todos seres humanos.
Se cada um de nós
se colocar no lugar do outro,
eu sei que é incómodo
colocarmo-nos no lugar do outro,
isso é empatia,
mas consciencializamo-nos
que não podemos fazer aos outros
o que não queremos que nos façam a nós.
Se todos lutarmos justamente,
em prol do amor e da paz
viveremos num mundo bom
para todos os seres vivos.
É utópico mas não é impossível.
Busquemos a verdade dentro de nós
e deixemos o nosso eu botar faladura,
que é como quem diz,
sigamos a nossa consciência
a nossa pedra basilar!
©Maria Dulce Leitao Reis
Copyright 29/11/21