Que me perdoem os poetas.

 

Que me perdoem os poetas

Das paixões desenfreadas...

Das noites acaloradas,

Sobre o cetim dos lençóis.

 

Perdão, menestréis das rimas,

Mas toda paixão que termina,

É o breu, é o vazio, é a sina,

Da luz que não mais ilumina!

Porque a paixão é o incêndio,

De lenhas queimando em brasas.

Mas brasas não são perenes

E em cinzas, são transformadas.

 

(Nas noites em tempo de inverno,

O aconchego do calor,

Mora no fundo do peito...

É querer de forma constante,

Que faz com que todo instante

Tenha vida secular...)

 

A louca paixão me perdoe,

Por preferir a paz e a calma,

Que sinto quando carrego,

O amor, dentro da Minh’alma.