MARCO ZERO
Você disse que a gente se conhece,
porém que a gente não se conhece.
O meu poema agora foge e esquece
da norma e de tudo o que não remete
ao seu conjunto: do borogodó até a pele.
Perdoe. Não sei para onde foi meu verso,
já que nem com ele consigo saber ao certo
da sua pegada e do lugar do seu marco zero.
Preciso mesmo é encontrar o exato dialeto,
formado apenas por uma frase — eu quero.