Crepúsculo

Crepúsculo

No ocaso da vida.
É que vem a poesia.
Invade a alma.
Tímida.
Insegura.
Mas pura .
Cruel sim .
Mas verdadeira.
E, nessa poesia .
de amargura.
Porque seus olhos .
Já pouco vêm.
Seus ouvidos .
Pouco ouvem.
Mas, seus sentidos.
bem apurados.
Lógicos.
Dentro de uma lógica, .
já muito sua.
Mas conveniente.
Sensata.
Pertinente.
Ajustada.
Alcança tudo.
Mas,
pensam, que já não
entende nada .
Mas, desapontada.
Porque no meio.
de tanta gente,
tão dotada.
Indiferentes.
Já não é gente.
É excluída.
Passa por criança.
Dá-se-lhe um doce.
Fica calada.
E lá em casa .
Arrumada.
para um canto,
onde não embarace.
É um trapo.
Que se joga fora.
Quando chegar a hora.
Mas podia ser.
Como as antiguidades,
que têm a patine, acumulada.
Que lhe dá o valor
e o louvor,
e a enriquece.
Podia ser
Vida estimada.
a matriarca, de assento
de alto valor.
Valorizada.
Respeitada
Admirada.
Recebendo, ternura e amor.
Que ela o deu sempre,
de si, 
sem favor.
Um livro aberto.
Páginas marcadas, 
gravadas a ouro
de sabedoria. .
O mais valioso livro
que, não é de biblioteca,
mas de vida , vivida.
mas, 
para ali está, ignorada.
como trapo velho, 
que não vale nada.
mas dentro de si,
 ainda brilha
a mesma luz ,
que a iluminou, na sua trilha.
Não se apagou. 
Quem pensa assim 
como se enganou.
dentro do peito , seu coração 
está perfeito.
E a sua mente, não lhe mente.
Ainda brilha.
É o milagre de alegria,
que a acompanha
no dia a dia.
E os seus sonhos a prosperar.



de tta


Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 21/11/2007
Reeditado em 23/11/2007
Código do texto: T746247
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