SER...
Pedi pra ser...
Renasci...
Não quis chorar,
Mas chorei...
Antes de andar
Eu corri
Não quis cair
Tropecei...
Não vi crescer
Eu cresci...
Só quis brincar
Estudei...
Quis escapar
Me prendi
Era meu lar
Eu fiquei...
Queria andar por aí
Sem me importar
Me importei...
Me libertar
Eu tentei
Era meu lar
Entendi...
Eu fui flertar
Namorei...
Só fui ficar
Me perdi
Me apaixonei
Eu sofri...
Era hormonal
Conheci
Era normal
Caminhei
No bem, no mal
Eu sonhei
E no final
Me casei...
Não quero andar,
Mas caminho
Quero parar,
Mas eu ando...
Não sei, não sei
Até quando?...
Encontro a flor
Sou espinho...
Vou respirar
Me sufoco...
Quero trocar,
Mas não troco
De tanto amor
No caminho...
Quis invernar
Primavera...
Veranear
Meu outono...
Nas estações
Passeei...
Tantas canções
Já cantei...
Verões
Invernos
Outonos
Primaveras
Levarei...
Quero falar
Agora
Eu me calo
Quero lembrar
Das horas
Eu me esqueço
Quero esquecer
Auroras,
Mas me lembro
Principalmente as minhas
De dezembro...
Quero chorar,
Mas rio...
Quero sorrir
Meu pranto
Quero ser mar
De um rio
Meu desencanto...
Quero vencer
Marés
Quero olhar
Meu porto
E tatear
Meus pés...
Na areia
De outro horto...
Não quero ver,
Mas vejo...
Corrupção
De abraços
E traições
De beijos
Em pranto
Meus desejos
Engulo
Meu espanto...
Eu passo!...
E assim,
Não chega o fim
Enfim,
O eterno insiste
Um termo
Não existe
Quer-se morrer,
Mas não morre
E o tempo
De viver
Escorre
A vida corre
E a tumba
É só uma porta
Pra coisa morta
Renascer...
Autor: André Luiz Pinheiro
24/02/2022