És soberana
És soberana
Vocifera óh mulher tuas lamúrias
A dor lacerante das tuas feridas
Grita no silêncio tuas mordazes angústias
Não és sempre um rocha
Pra suportar tantas tormentas
És forte, ora certezas e outras incógnitas
Por que preocupar-se reprimendas?
És o ventre da vida,
em ti pulsam milhares de vozes
A sabedoria das avós, mães e filhas
Que fazem erguer-se em dias atrozes
És pedra, és pétala
Dona de seus caminhos e vontades
Tens uma imensidão poética
À quem toca sua alma de verdade
Bradosa é tua essência
Diante da face do mal
Chega ser afrontosa tua suave presença
És soberana, és única, és brutal!
Respira, suspira Maria...
Denuda-te de teus estigmas
Aqueles impostos pela misoginia
Das más línguas chauvinistas
Deixe que falem
Que pensem,
Que conjecturem
Busca tuas alegrias
Teus sentires
Teus prazeres, tua insígnia
Deixa-te envolver por tuas fases
A força mística contida em teu sangue
Transmutando, transbordando milagres
Uma força vertente que a muitos constrage
És como a flor de lacio
Em grandeza, a última das relíquias
Incompreendida em teus atos
...a quem vê mas não entende tua irrevogável magia
Tens a vida e morte à jorrar de teu cálice
...por que temer teus ardores, teus medos...teus contrastes?
Maria Mística, Heterônimo de Andreia O. Marques