AINDA HÁ UM BRILHO

Atrelado ao sorriso, o amargo triste riso,

Advindo de um frustrado paraíso,

Que só existe pelos meandros da fé;

Pois aqui, onde se caminha a pé,

Paraíso é aproveitar a "maré"

Dos dias bons.

Como sorrir diante de catadores?

Como não chorar pela falta de amores?

Como calar-se diante de horrores?

E o paraíso de flores,

Nunca será aqui!

Ainda bem que há namoro com as estrelas,

E o suspiro de vê-las,

E sentir o prazer por tê-las;

Faz dos nossos ais,

Um momento de paz.

Ênio Azevedo