"POEMA DE AMOR"
você procurou o amor nos tapetes
vermelhos do Oscar; Representantes
dos filmes da Julia Roberts que custaram
30 reais de entrada, pipoca e amassos
tentáculos cutucando peitos e pernas.
você procurou o amor no banheiro
entre cremes, sabonetes, shampoos
teletransportando-se até salões de beleza
Pele de caramelos, jambos, baunilha, salada mista
divinos cabelos, cabelos, cabelos, cabelos.
você procurou o amor
em seu primeiríssimo amor.
você procurou o amor na descrença-desgraça
constante escancarada a farsa açucarada de jiló com pimenta
chamado: casório, juntar, dividir, conviver, e o que vier e virá
cheirando a lingeries, porta de loteria, chave de cadeias
e chaves de clubes privados… sêmens em ralos de pia.
você procurou o amor não procurando mais nada,
subindo na vida, subindo, descendo, subindo, descendo
subindo nos outros, e os outros subindo n’ocê; diversão
e blusas de botão, saltos altos; Moda-feminista-altruísta,
Deísta equilibrista…
Infernos e Primaveras Verão;
você só sua.
você procurou o amor nas crianças e bichinhos,
e procurou o amor em Deus e na filosofia, em bares
e árvores genealógicas que ditavam a psicologia
e também a mais pura lógica
Gerações e gerações, e também um tanto
a mais de gerações e gerações de gente forte que
lutava guerras com armas, braços, olhos e membros
e também olhares de sedução.
você procurou amor em shows de Bon Jovi e dos Guns
e em discos de Elis Regina, as tais: “Flores de Frida Kahlo”
Happy Hours ou Sad Hours, eventos e pocilgas que tocavam
Rock, Pisêro, Pagode, Forrós ou batuques de Reza Forte.
você procurou o amor e se viu só, diante do espelho…
no alto do barulho silencioso que só você pode ouvir
e do suicídio imaginário, criativo de “Bomba e Brigite Bardot”,
e foi então, que o espelho lhe disse: "amor… amor, amor…”