soma

Sou a soma de mim mesma.

A criança de cinco,

A menina de dez,

A adolescente,

A jovem, de vinte anos.

Também sou a mulher de trinta,

E trinta e cinco,

E quarenta anos.

Sou todas, dentro de mim.

Cada dia é somado

Ao dia anterior.

Cada mulher que fui,

Continua sendo,

Somada à mulher que sou.

No entanto

Elas estão em mim,

Mas não estou eu nelas.

Triste é aquele

Que mata a criança,

O jovem, o adolescente,

Dentro de si.

Porque perde a oportunidade

De compreender o outro,

De vivenciar o seu eu no outro.

Espelho da sua alma.

A criança é seu estranho.

O jovem é seu estranho.

As emoções e descobertas,

O espanto, não fazem mais

Parte de sua natureza,

Como já antes fizeram.

Maria da Glória Perez Delgado Sanches

Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.

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