QUEM ME VÊ ASSIM

Quem me vê assim desgarrado, não sabe dos meus calombos,

dos meus solavancos.

Quem me vê assim deslumbrante. não sabe das minhas ferrugens,

dos meus escombros.

Quem me vê assim assim aprumado, não sabe das minhas farsas,

dos meus engodos.

Quem me vê assim saciado, não sabe dos meus desertos.

das minhas cegueiras.

Quem me vê assim arreado, não sabe das minhas paúras,

dois meus poréns.

Quem me vê assim acolhido, não sabe dos meus pecados,

dos meus descaminhos.

Quem me vê assim abençoado, não sabe dos meus desencantos,

das minhas solidões.

Quem me vê assim amado, não sabe dos meus aterros,

das minhas inundações.

 

 

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 19/02/2022
Reeditado em 19/02/2022
Código do texto: T7456070
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