No oco do precipício
No oco do precipício
O poeta se inclinou
Viu poemas inenarráveis
No abismo que criou
Encostados nas feridas
Versos de toda cor
No vazio da queda
Nem alegria nem dor
No silêncio da frase
Cada mundo que se criou
Pedras tão frondosas
Que nem a água desgastou
No abismo sem fim
Só o poema ficou