A ILUSÃO DAS SEXTAS-FEIRAS
A noite promete seus incêndios
Percorro a sandice dos homens
com uma long neck gelada nas mãos
Vampiros sugam os escuros das noites
sugando com suas bocas esfomeadas
os seios embebedados das madrugadas
Se aqui fosse Paris viveríamos uma festa
mas não há Fitzgeralds, Steins ou Buñueis
apenas anônimos assustados
encenando com suas máscaras
os novos dramas das tragédias gregas
Em meio as gargalhadas, olhares e corpos insinuantes
as horas passam por debaixo das mesas
tecendo em silêncio o amanhecer do dia
E quando o dia chegar no desbotado das maquiagens
e das cuecas espalhadas nas casas alheias
nos preparamos para caminhar a procissão das semanas
no aguardar das próximas sextas-feiras