Ser poético configura o ser poeta?
A poesia é esta mesma,
Aquilo tudo podes desfazer,
Ou fazes tu o teu melhor
(O que tu queres);
A poesia sendo esta mesma
E não aquela totalidade, é o instante
Brevíssimo, alocado de uma rima
"De verdade", a que se faz na alma do poeta,
A que se faz no ser ao ser,
A que não cabe redução, a que é de antemão e nada mais tem a dizer, é esta mesma que eu quero e estou a pagar pra ver;
É esta pois a rima sublime, dos quatro
Cantos dos quartetos, pois em músicas
Tão longínquas, reduziram-nos tão belíssima língua; estás a me dizer
Complacentemente o meu pecar,
Mas se peco na subordinada,
Seria vírgula ou algemar? O que pões
Nas tuas mãos é o mesmo que em tua boca _ papagaios_ teus saberes camaleões, teus adornos tão longínquos, os versos de cipoes/Cipião, sequer entraram no coração, como, quiçá, as musas de Camões; se da ironia entedeste, não me pertubes com sermões, sou o rei do meu poema, o subjetivo do poeta, que absorve tudo em essência e que por sua vez em fuga não volta a fundamental.