Rio sem rumo

Meus olhos procuram pela mansidão

das horas perdidas no tempo presente,

na pacificidade do caminho feliz e sem medo.

Meus sentidos dançam suavemente o credo

solitário na imensidão do deserto que o vento criou,

lépido no verso versado no campo sem resposta.

Meus poemas sinalizam o silêncio dos inocentes

nas noites cantantes, na fogueira estilizada, na procura

da canção perfeita que gritam as alvas perdidas.

Meus gestos traem a todo instante o melhor

que a alma tem para dar sem cobrança,

como a navegação de um rio sem rumo