O poeta é uma tempestade viva

Sinto que é o poeta uma tempestade viva,

destas que escolhem onde vai chover.

Que dosa sua força num lugar e outro,

Precipitando-se a seu bel prazer.

Quando quer fazer chorar,

o poeta faz chover as suas dores,

Seja chuva normal ou granizo.

Ele faz cair as lágrimas,

na quantidade certa que é preciso.

Quando quer amedrontar o leitor,

faz do céu um breu total.

Deixa transparecer no papel, cantando cirandas com os seus trovões, fazendo-o lembrar de tudo aquilo que lhe causa dano.

Quando raivoso o poeta não esconde.

Descargas elétricas resolve gerar.

Usa a caneta como para-raios,

Canalizando toda a sua ira, queimando a folha sem nenhuma dó.

Mas quando está em paz,

O poeta sabe espalhar as nuvens e abrir espaço.

Deixa passar a luz do sol...

Faz da caneta um girassol,

Com as suas palavras a alimenta.

Na boa terra que é o seu papel.

O poeta é como uma tormenta.

Lucas Rodrigues do Carmo
Enviado por Lucas Rodrigues do Carmo em 13/02/2022
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