CORAÇÃO ESTRANGEIRO
Nunca mais estarei em casa.
Nunca mais saberei meu lugar,
meu modo de ser no mundo,
de estar entre os outros,
enraizado numa existência rasa e banal.
Agora sou estrangeiro,
nômade, e incerto,
no fluxo da multidão que me percorre a ermo.
A casa é uma fotografia,
uma memória sem corpo,
uma quase lembrança de cemitério.
Nunca mais estarei em casa,
e pouco me interessa o mundo
na desconstrução do meu rosto.